
O joystick pulsa, os pixels dançam, e a adrenalina corre solta. Bem-vindos ao universo dos games, um cosmos em constante expansão que, como um buraco negro, atrai bilhões em investimentos e legiões de devotos. Mas, em meio à sinfonia de luzes e códigos, ecoa uma pergunta crucial: quem dita as regras desse jogo?
Esqueça os deuses da mitologia grega ou os tiranos da ficção científica. Aqui, o poder emana de um campo ainda pouco explorado, mas cada vez mais vital: o Direito Gamer.
Imagine um mapa-múndi onde cada país é um servidor, cada jogador um peão em um tabuleiro complexo, e cada lei, uma linha de código que define os limites da ação. Esse é o território que exploraremos juntos, desvendando os meandros legais que moldam o metaverso competitivo.
O Direito Gamer não é apenas um conjunto de normas frias e distantes. É um ecossistema vibrante, em constante adaptação, que busca equilibrar os interesses de todos os envolvidos no mundo dos jogos eletrônicos.
Em uma retomada histórica, foi tão somente a partir de uma infraestrutura de internet, fabricação de hardware e telecomunicações, que tivemos alcance de um ambiente de negócios com uso de plataformas, sistemas, aplicativos, dispositivos e outras tecnologias da informação para a realização das atividades que compõem os processos de negócio.
Esse cenário da economia digital contrasta e muito com o modelo de negócios tradicional. Atualmente, temos que o mercado da economia digitalizada tem apresentado uma diversificação de linhas de investimento como o metaverso, a internet das coisas, a indústria 4.0, a realidade aumentada, o armazenamento em nuvem, o big data, inteligência artificial (I.A), NFT e, principalmente a indústria do entretenimento digital, na qual os jogos eletrônicos estão incluídos.
Portanto, o Direito dos Gamers, compreende um segmento de atuação do Direito que visa a proteção de players de jogos eletrônicos e demais pessoas envolvidas como times, organizações de eventos desportivos e ligas. Isso porque, para além do players e pró-player existem muito mais pessoas que fazem uso de um programa de computador que roda o jogo eletrônico.
Direito & Esports. (Imagem: Divulgação).
Direito & Gamers. (Imagem: Divulgação).
Direito & Pró Player. (Imagem: Divulgação).
Em minhas obras, “Direito & Gamers: Direito dos jogos eletrônicos“, “Direito & Pró-Player: Relação de trabalho e emprego dos atletas nos esports” e “Direito & Esports: Direito dos esportes eletrônicos“, mergulho fundo nesse universo, desconstruindo a complexidade jurídica e oferecendo uma visão clara e concisa sobre como a legislação se aplica a cada aspecto dos games.
Pense nas áreas de atuação do Direito Gamer como peças de um intrincado quebra-cabeça:
O Direito Gamer não é uma mera formalidade burocrática. É uma bússola que orienta jogadores, criadores e empresas em um mundo em constante transformação, garantindo que todos tenham seus direitos respeitados e que o ambiente dos games continue a ser um espaço de diversão, aprendizado e competição saudável.
Se você almeja o pódio nos esports ou já trilha essa jornada, esteja atento às armadilhas que podem se esconder nos contratos:
1. Cláusulas abusivas: Termos como “renúncia de direitos” e “foro de eleição” podem te colocar em uma posição de extrema desvantagem.
2. Direitos de imagem: Defina com clareza os limites de uso da sua imagem, evitando que ela seja explorada de forma indevida.
3. Exclusividade: Avalie cuidadosamente os prós e contras de um contrato de exclusividade, pois ele pode te impedir de explorar outras oportunidades.
4. Multas contratuais: Compreenda as consequências financeiras de rescindir um contrato antes do prazo, evitando surpresas desagradáveis.
Para evitar problemas e garantir seus direitos, siga estas dicas valiosas:
Para ilustrar a importância do Direito Gamer, trago um caso real que ganhou destaque na mídia:
Um jogador de League of Legends (LoL) processou a Riot Games no Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJ-MT) depois que sua conta foi banida permanentemente por toxicidade.
Embora a Riot Games tenha justificativas e provas para punições, a Justiça determinou que a empresa anulasse o banimento, considerando que a empresa desrespeitou seu regulamento e os direitos do consumidor previstos na legislação brasileira.
A decisão foi baseada na falta de clareza sobre o que constitui uma “toxicidade extrema” e o não seguimento adequado da escala de penalidades prevista no regulamento do jogo. Como resultado, a Riot Games teve de reativar a conta do jogador ou reembolsá-lo em R$ 1.719 pelos itens comprados, embora o pedido de indenização por danos morais de R$ 6.000 tenha sido negado.
Jogador de LoL recupera conta na Justiça após ser banido por toxicidade (Imagem: Divulgação).
A ação judicial de número 1040722-44.2021.8.11.0001 se encontra encerrada no TJ-MT. Esse caso é um lembrete de que o Direito Gamer não é apenas teoria, mas uma ferramenta poderosa para proteger os interesses dos jogadores e garantir que a justiça seja feita no mundo dos games.
O Direito Gamer é um campo em constante evolução, assim como o próprio universo dos jogos eletrônicos. Conhecer seus direitos, proteger seus interesses e buscar orientação jurídica especializada são passos essenciais para navegar com segurança e responsabilidade nesse mundo fascinante.
Lembre-se: o conhecimento é a sua melhor arma. Use-o com sabedoria e que a justiça esteja sempre ao seu lado!
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