
São poucos que realmente se lembram daquele cartucho empoeirado do Atari, guardado com tanto carinho, ou da emoção de não passar o controle em uma partida de Winning eleven no playstation 2. Se você viveu essa época, não se engane, esse não é um artigo de nostalgia. Em verdade, vamos descobrir como esses e muitos outros jogos clássicos plantaram as sementes para o surgimento do complexo e fascinante mundo dos esportes eletrônicos de hoje.
Consoles Clássicos. (Imagem: Divulgação).
Nos anos 70 e 80, os fliperamas gamers eram os templos da diversão. Era ali que muitos se reuniam para trocar dicas, desafiar os amigos e tentar quebrar recordes. Entretanto, quem poderia imaginar que aquelas competições amadoras seriam o embrião dos Esports?
Fliperamas Gamer (Imagem: Divulgação).
Naquela época, as regras eram simples: não roubar a vez do colega, não dar “olhadinha” na tela do outro e, claro, não desligar o videogame no meio da partida! Mas, com o surgimento dos jogos online e dos eSports, as regras se tornaram mais complexas e sofisticadas.
Nesse sentido, os campeonatos modernos de CS2, por exemplo, organizados e administrados pela Electronic Sports League – ESL (atual ESL Gaming GmbH), tem a Esports Integrity Commission – ESIC como responsável pela análise da integridade dos jogos e, verificando inclusive, situações de dopagem. O modelo ESIC equivale à Justiça Desportiva e diversas desenvolvedoras, publishers, organizações de eventos e ligas estão seguindo e replicando a forma de tratamento. Inclusive possui seu próprio Código de Conduta que se assemelha ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva – CBJD para os esportes tradicionais.
Ademais, em seu Código de Conduta, a ESIC prevê, um processo eletrônico sujeito a Comissão de Integridade com audiência presencial ou virtual. De fato, é impressionante o avanço técnico de seu processo, assim como a dimensão de detalhes que o regulamento da ESIC aborda. Inclusive, é dado a oportunidade as partes de produzir provas, trazer testemunhas, recorrer de decisão e até mesmo fazer audiência por telefone.
Esports Integrity Commission – ESIC (Imagem: Divulgação).
Em outras palavras, nos dias atuais, os jogadores profissionais precisam seguir códigos de conduta rigorosos, que abrangem desde o combate a trapaças e o respeito aos adversários até a ética nas redes sociais e o cumprimento de contratos. E é aí que o Direito entra em cena, para garantir que essas regras sejam justas, transparentes e eficazes.
Entretanto, nos anos 80, as pessoas costumavam trocar fitas de Atari e revistas de videogame na base da camaradagem. Hoje, os direitos de propriedade intelectual são um dos temas centrais no mundo dos esports. Afinal, quem é o dono dos personagens, dos cenários e das músicas dos jogos? Como os jogadores e as empresas podem proteger suas criações e lucrar com elas?
Para você que é gamer, é como se existisse um “dono da bola” que no caso dos esportes eletrônicos, detém o poder de puxar da tomada o jogo eletrônico e todos os seus códigos deixando os players e times competitivos sem direito algum de questionar o encerramento. Isso porque, a desenvolvedora concede apenas licenças para uso e comercialização do jogo, reservando para si a autoridade sobre a administração em última análise do software de sua autoria.
League of Legends (Imagem: Divulgação).
Alguns anos atrás, a Riot Games processou uma empresa chinesa Moonton Technology por copiar elementos do League of Legends em um jogo mobile (wild rift). O caso gerou grande repercussão e reacendeu o debate sobre a proteção de direitos autorais na indústria dos games. Apenas recentemente, ambas chegaram a um acordo global sobre suas disputas de propriedade intelectual. Após várias rodadas de comunicação, as duas partes assinaram oficialmente um acordo recentemente, e a Riot Games decidiu retirar formalmente os processos relacionados.
Vivemos em um mundo que valoriza a racionalidade em demasia, contudo, a nostalgia gamer não é apenas um sentimento passageiro. Isso porque, ela nos conecta com um passado mais simples e nos ajuda a entender o presente. Ao valorizar a história dos videogames e de reconhecer a influência dos clássicos no desenvolvimento dos esports e do conjunto de regras que o acompanham, podemos compreender o cenário atual. Até mesmo em produções como o GTA VI da Rockstar, conseguimos perceber a nostalgia com que o jogo está desenvolvido revisitando seu antigo mapa chamado Vice City.
Quer saber mais sobre a regulamentação dos eSports? Acesse ND Games e confira nossas outras produções. Entenda como o cenário é regulado e quais os próximos passos no Brasil! Compartilhe essa notícia com aquele seu amigo(a) Gamer.