
Earthion é o mais novo projeto do clássico estúdio Ancient Corporation, conhecidos por Streets of Rage 2. Com a proposta de resgatar a experiência clássica dos melhores jogos de nave, o título entrega diversão e uma campanha verdadeiramente desafiadora.
Mesmo sem ter um foco em narrativa, o game já estabelece de cara um pretexto bastante interessante para a ação acontecer.
Em meio a escassez de recursos no planeta Terra, a humanidade precisou buscar refúgio em Marte. No meio disso, invasores hostis atacam a Terra e então resta somente o contra-ataque. É aí que entra a protagonista Azusa Takanashi, uma pesquisadora ambiental que precisa pilotar a avançada nave espacial YK-IIA.
Depois da cativante cutscene inicial, o jogador embarca direto em uma espiral de desafios ininterruptos.
Em Earthion, várias armas podem ser obtidas para eliminar os inimigos – Imagem: Ancient Corp
Toda a movimentação e tiroteio espacial entrega o que se espera de um jogo do gênero. É muito satisfatório mover a nave e eliminar todos os alvos da tela. Além disso, as fases trazem cenários bastante variados e vibrantes, desde o espaço sideral e planetas exóticos com várias criaturas e inimigos únicos.
A trilha sonora é um show à parte. O mestre compositor Yuzo Koshiro captura em cheio tudo que as trilhas clássicas dos jogos de Mega Drive tinham de especial e ainda engrandece toda a aventura com faixas extremamente empolgantes e variadas.
Um dos pontos que geram desequilíbrio na experiência é a dificuldade. As primeiras fases vão introduzindo os desafios de forma gradativa e até divertida, mas há momentos nos níveis seguintes em que a ação passa a ficar um tanto caótica além da conta, sendo necessário reflexos muito apurados ou boas armas.
Isto por si só não é problema, já que jogar os níveis repetidas vezes eventualmente fazem com que se aprenda a lidar melhor com os desafios. Porém, a experiência começa a ficar muito punitiva devido ao sistema de progressão do jogo.
Em Earthion, a “barra de vida” da sua nave são escudos. Se ela sofrer dano o suficiente, as barras se esgotam e o seu veículo irá explodir. O número de tentativas para continuar na fase sem perder progresso será determinado pelo número de naves disponíveis para o jogador (e isso pode variar dependendo dos recursos adquiridos ao longo da aventura). Se esgotar as naves, verá uma tela de Game Over e terá que jogar a fase inteira novamente.
Cenários bastante variados e vibrantes – Imagem: Ancient Corp
Só que não para por aí; e é por isso que destaco o fator desafio neste jogo. Normalmente, o jogador terá três vidas (pelo menos no modo normal) para serem usadas ao longo de toda a campanha. Se estas vidas se esgotarem, todo o progresso será perdido e o jogo terá que ser iniciado novamente desde a primeira fase.
Para mitigar isto, Earthion possui um sistema semelhante ao encontrado em jogos roguelites: algumas melhorias permanentes podem ser obtidas a cada run, como mais barras de escudos, mais escalonamento de dano e mais naves disponíveis nas fases. Ainda assim, as possibilidades de melhorias são escassas e não são suficientes para ajustar os pontos mais punitivos do jogo.
Diversos chefes e subchefes em cada fase – Imagem: Ancient Corp
No fim das contas, as qualidades de Earthion se sobressaem em relação aos seus pontos de atenção. A jogabilidade, a belíssima pixel art em 16-bits, a variedade das fases e a excelente trilha sonora; tudo isso faz com que a maior parte da experiência seja muito agradável. Quanto à dificuldade, é certo que há aqueles que irão apreciar o alto nível de desafio, mas sinto que a dinâmica de perda da progressão prejudica a experiência.
Earthion já está disponível para PC, Xbox Series, PS4/PS5, Nintendo Switch e roda nativamente no Mega Drive/SEGA Genesis.
Para mais análises como esta, acompanhe o ND Games.